O Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) teve como marco inicial o I Fórum Social Mundial (I FSM) em 2001, pois foi através de discussões em uma oficina que se intitulava “Economia Popular Solidária e Autogestão”, percebeu-se a necessidade de envolver a economia solidária nacional com as experiências de âmbito internacional e para isso originou um Grupo de Trabalho Brasileiro de Economia Solidária (GT-Brasileiro), composto por diversas entidades, redes, igrejas, universidades, bases sindicais, etc.
Foi por meio desse GT-Brasileiro que pensou em um fórum nacional, assim como também elaborou os princípios da economia solidária. Mas somente em 2003, durante a III Plenária Brasileira de Economia Solidária que o Fórum Nacional foi intitulado Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES).
“O FBES saiu desta III Plenária com a incumbência de articular e mobilizar as bases da Economia Solidária pelo país em torno da Carta de Princípios e da Plataforma de Lutas aprovadas naquela oportunidade” (Fórum Brasileiro de Economia Solidária). Nessa Plenária também ocorreu a descentralização dos debates sobre a economia solidária com a criação dos fóruns estaduais e regionais.
No Espírito Santo, o Fórum Estadual de Economia Solidária foi criado a partir de 2001 após o I FSM. Mas para falar dele, do Fórum de Economia Popular Solidária do Espírito Santo é preciso primeiro analisar o contexto histórico que o Estado vivenciava nos anos 1990.
Esse período marcado por privatizações, não somente no Espírito Santo, mas em todos os países latino-americanos, por sugestão do Banco Mundial para o enfrentamento da crise econômica.
Nesses anos houve um aumento significativo do desemprego que afetou também a classe média. Com isso, vários movimentos sociais, estudantes, começaram a protestar.
Pode-se observar, segundo Rosa (2009), que o município de Serra é fortemente marcado por um histórico de movimentos sociais, principalmente da Comunidade Eclesiais de Base (CEB’s).
O FPES é composto por entidades de assessoria e fomento à empreendimentos de economia solidária e gestores públicos, como: o Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Serra – (CDDH/Serra), Cáritas Arquidiocesana de Vitória, Pastoral Operária, Missionários Combonianos do Coração de Jesus – (MCCJ), Associação das Escolas Católicas do Espírito Santo – (AEC).
“O FPES é uma instância de debate político, de articulação e mobilização, onde se discute e se propõem políticas públicas, se planejam ações pertinentes a economia solidária em âmbito estadual. Segue as orientações do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, haja vista que compõe a rede brasileira de Economia Solidária” (ROSA, 2009, p. 40).
São objetivos do FPES:
• Proporcionar a troca de experiência e ajuda mútua;
• Oferecer informações aos grupos e pessoas que têm interesse em saber sobre cooperativas e associações populares;
• Organizar e executar ações para o fortalecimento da economia solidária no
Estado, tendo em vista o desenvolvimento sustentável;
• Propor políticas públicas adequadas, formuladas e reivindicadas pelo conjunto de atores envolvidos neste processo;
• Buscar e oferecer formação constante aos sócio-trabalhadores dos empreendimentos da economia solidária, visando melhorar a produção e a comercialização dos produtos oferecidos pelos grupos, preservando sempre a justiça social nas relações de trabalho e do comércio e, a preservação do meio ambiente;
• Propiciar o Intercâmbio dos grupos de economia popular solidária que compõem o Fórum com outros empreendimentos a nível municipal, estadual, nacional e internacional;
• Primar pela construção de uma nova cultura, onde a vida seja priorizada, os valores éticos e morais sejam o pano de fundo das organizações e das suas lutas;
• Buscar o fortalecimento e a abertura de novas cooperativas e associações na perspectiva da economia popular solidária;
• Contribuir na formação de futuros profissionais no segmento da economia popular solidária;
• Divulgar os princípios da Economia Solidária (ROSA, 2009, p. 40-41).
Ocorrem plenárias mensais sempre nas segundas Terças do mês, às 14 horas, no Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Serra, no bairro Caparina.
As plenárias estão abertas ao todos, no entanto não tem direito a voto.